18/05

11:00. Cheguei à universidade e fui direto ao meu antigo quarto pegar um casaco que havia esquecido sob a cama. Dei uma última olhada no local que jamais voltaria a ver e tranquei a porta sem qualquer pressa. Deixei a chave com o zelador (que se chama, acredite ou não, Filch) e fui ao restaurante. Me servi das mesmas coisas de sempre - feijão, arroz, macarrão e um pedaço de carne, porque só permitem um pedaço de carne por estudante -, e fui me sentar em uma mesa vazia no canto mais afastado, onde poderia fumar meu cigarro sem interrupções. Deixei meus olhos se perderem enquanto pensava sobre a assombração, sobre meus pais, sobre Anna e a viagem que faríamos. Então percebi que duas garotas me encaravam de longe, com bandejas nas mãos. Respiraram fundo e se aproximaram, uma delas com cabelos louros que desciam até a metade das costas, e outra de cabelos morenos com o mesmo comprimento, só que crespo - parecia a barba do Filch, o zelador e tive que me segurar para não rir. A loira tinha olhos azuis e uma boca meio carnuda, dentes brancos e um nariz pequeno e arrebitado. A morena parecia uma cópia da loira, mas sua pele era meio dourada, e ela tinha olhos verdes que brilhavam a medida que se aproximava. Eu já havia visto ambas antes, durante uma caminhada pelo campus. O que eu sabia era que as duas eram gatas (bem gatas) e que eram líderes de torcida (sim, isso ainda existe), que eram a atração das festas e que os veteranos populares eram os únicos que tinham direito de passar um tempo a sós com elas.
As duas barbies se aproximaram abrindo sorrisos que fizeram meu coração acelerar, mas apesar da minha euforia, consegui manter a expressão imparcial. "Olá..." disse a loira, meio exitante, parando em frente à minha mesa com um leve pulinho. Não disse nada, se eu abrisse a boca, provavelmente falaria uma merda que acabaria com minha reputação de psicopata, e como esta estava sendo útil para me manter a sós, resolvi ficar calado. "Oi..." disse a morena, soando tão graciosa quando a loira. "Será que a gente pode sentar com você?" perguntou a loira, quando não obteve resposta."As outras mesas estão todas ocupadas..." ela disse. Fiz um sinal de aprovação, então elas sentaram cuidadosamente. As outras mesas não estavam todas ocupadas, de fato, a mesa em que elas costumavam sentar estava inteira olhando para nós agora, com todos os veteranos populares e todas as outras meninas bonitas, e as duas cadeiras vagas pareciam chamar tanta atenção que o refeitório inteiro passou a observar as garotas em minha mesa.
"Então, como é seu nome?" perguntou a morena, jogando o cabelo para trás e apertando os braços contra o corpo, de modo a destacar seu decote que normalmente já faria a maioria dos garotos contrair as coxas. Como se a pergunta da amiga fosse idiota demais, a loira revirou os olhos e disse que a morena, chamada Cat, devia ser burra demais para não saber algo que a universidade toda sabia. A morena se afundou na cadeira envergonhada, e me vi em uma situação delicada. "David... e você?" perguntei calmamente, me largando na cadeira enquanto revirava um anel de prata que ganhei do meu avô, em meu dedo anelar. "Sou Cat..." Tá, eu já sabia disso. Mas sorri e perguntei se o nome dela era Catarina. Com um sorriso ainda maior, ela afirmou com a cabeça, então comentei que Catarina era minha personagem sheakesperiana favorita, de A Megera Domada, e concluí com uma piscadela. Ela corou se afundou na cadeira ainda mais. Ah, o que citar Sheakespeare não faz... A loira, chamada Amanda não parecia muito feliz por estar excluída da conversa. "Meu nome é Amanda..." comentou, então olhei para ela novamente e encarei seus olhos por alguns instantes. Parece que ela não estava acostumada com pessoas encarando seus olhos, porque corou e pareceu bem sem graça por certo tempo, até que eu disse que o nome dela era bonito, mas que não conhecia nenhuma personagem marcante com o nome Amanda. "Mas talvez você possa ser a primeira..." comentei, então ela voltou a se alegrar a me encarar meio fascinada. Isso me deu um pouco de cólera. Baixei os olhos para ver se eu ainda era eu mesmo, já que não havia muita coisa sensual no meu "eu". É, eu ainda era eu. "Vai ter uma festa de veteranos hoje à noite..." disse Cat "e pensamos que talvez você queira ir..." Tá brincando? Elas estão me chamando para uma festa de veteranos. Tem muita coisa errada aí. Eu não sou veterano, elas estão me convidando (o que para mim não faz diferença, mas para elas deveria fazer) e eu sou o psicopata. Ninguém me chamaria para uma festa de veteranos. Minha primeira opção seria negar, já que preciso estudar algumas matérias e acho essas festas meio sem graça. Mas talvez passar a madrugada rodeado de pessoas abobadas seja melhor que passá-la com meu espírito perseguidor. "Hm... conte-me mais..." disse por fim. "Será na casa do Jack, aquele - ela apontou para um dos caras louros da mesa com duas cadeiras sobrando - e todas as pessoas legais vão estar lá..." Observei o Jack, ele não estava na noite do banheiro, nem nenhuma das pessoas da mesa. "Talvez eu vá então..." concluí. Elas aguardaram me observando, como seu eu precisasse falar algo mais. "Não temos... não temos como ir..." disse a morena, tentando parecer triste. Tocou meu coração. OK, não tocou. Acabei tendo uma ideia que incluía o Mike, então pareceu tudo bem levá-las. "Hm, então vocês podem ir comigo..." As duas concordaram, sem antes encenarem um pouco como se estivessem em dúvida quanto a irem comigo. A loira sacou um papel rosa perfumado que estava enfiado no meio dos peitos dela (Sim!) e me entregou, então as duas saíram sem nem tocar em suas comidas. No papel estava o endereço de uma delas, e uma mancha toda melada, que devia ter sido um beijo de gloss no papel. Garotas...

Coloquei meus óculos de sol velhos que ganhei de meu pai para sair do refeitório. Estava meio cansado de deixar a expressão imparcial, e decidi mostrar ao mundo meu olhar assustado. Que felizmente foi escondido pelos óculos. Então todo mundo observou minha saída, um gordinho quase caiu do banco quando se virou para me obsevar, e outro rapaz se virou tanto que guinchou de dor quando seu pescoço estalou, o que fez toda sua mesa cair na gargalhada. Eu mesmo tive que me controlar para não rir.

Foi um alívio sair do refeitório e assistir às aulas monótonas de sempre. Finalmente em casa, estou me arrumando para pegar as garotas. Eu sei que pareço meio "nem aí" mas levar aquelas duas gatas para uma festa é a maior conquista da minha vida, e eu estou quase tendo um ataque do coração. Demorei muito mais tempo que o normal para fechar minha camisa, já que minhas mãos não param de tremer e meu estômago está embrulhado de modo que não consigo colocar nada na boca desde a hora do almoço. Consegui um carro para levá-las. Acontece que Michael é meio milionário, e me ofereceu uma BMW de seu pai, sem ao menos pedir para ir à festa também. Convidei-o para vir conosco, e primeiramente ele negou, então eu o convenci dizendo que uma das duas era dele, e que ele poderia escolher. Pessoalmente, me senti meio mal em tratar as garotas como produtos, mas aí lembrei que eram elas que se colocavam nessa posição. É uma questão de como você age.

11:00 Passei na casa do Michael primeiro, ele insistiu que eu dirigisse e que eu falasse que o carro era meu. Por mim tudo bem... Então fomos à casa de Amanda, e as duas barbies saíram de lá maravilhosas (e maravilhadas com minha BMW  Z4 conversível). Estavam bem parecidas, com vestidos curtos e decotes ressaltados. Lembrei de meu avô, de como ele agia com minha avó, e resolvi fazer o mesmo. Beijei a mão de cada uma delas, e abri a porta dianteira para que entrassem. Cat foi atrás com Michael que mal sabia como dizer "oi" e Amanda foi ao meu lado. Então fomos para a festa.

O lugar é uma mansão gigantesca e parece que há bastante "gente legal" na universidade, porque a casa está cheia. A música, preciso confessar, está boa, embora não acredito que essas pessoas conheçam música de verdade. Contudo, essas batidas são gostosas quando estamos realmente na festa e me deixei "entrar na onda" e ser levado pelo tum ti tum. Fomos bem recebidos, ou melhor, Amanda e Cat foram bem recebidas, eu e Michael recebemos apenas acenos do dono da festa  e apertos de mão. Me certifiquei de dar um aperto de mão bem forte no Jack, e larguei quando o cara ficou meio vermelho.

Enquanto as garotas eram cumprimentadas com zilhões de beijinhos de todo o povo que estava no hall de entrada, eu e Michael demos um jeito de zarpar e fomos para a parte de trás da casa, onde muita gente dançava ao redor da piscina e de um DJ rastafári. Algumas pessoas me olhavam torto, outras meio assustadas e outras davam sorrisinhos e me ofereciam bebida, que neguei já que não fazia muito que um garoto passou correndo por nós, com aparência meio esverdeada, gritando que alguém havia mijado no copo dele. A corrida terminou quando tropeçou num vaso de flor, caiu sobre umas cadeiras de praia e vomitou ali mesmo.

Peguei minha própria bebida, me escorei em uma árvore e acendi um cigarro. Michael desapareceu, e não me preocupei com ele àquele momento; devia ter ido atrás de uma garota. "Hei, aí está você!" Disse Amanda, aparecendo ao meu lado. Ela começou a dançar ao meu redor, então começou a se esfregar em mim fazendo todo mundo ao redor olhar para nós. "Hei..." comentei, puxando ela para o outro lado da árvore, onde a platéia não poderia nos ver. Ia falar para ela ir curtir a festa, encontrar alguns amigos e beijar uns caras, e foi o que ela fez, mas comigo. Se agarrou no meu pescoço e enfiou a língua na minha garganta, o que fez com que eu quase me engasgasse; passada a surpresa do momento, afastei-a enquanto pensava na Anna, mas antes que eu pudesse dizer algo, a expressão dela mudou de animada para chorona. Ela realmente começou a chorar, então saiu em direção à casa, esbarrando nas pessoas em seu caminho. Mas o que é que aconteceu? Olhei ao redor, e as luzes mescladas com a escuridão, as pessoas pulando, o barulho, e até os goles de vodka eu eu havia tomado se uniram para me deixar meio tonto. Tive que me escorar na árvore, e o barulho começou a sumir. Minha cabeça estava dando aquelas pontadas novamente e senti o copo escorregar de minha mão.
Então eu a vi. Em meio às pessoas que dançavam, uma mulher se destacou. Olhava em minha direção - era ela, a mulher que havia se matado em meu sonho/alucinação. Ela se aproximou, e antes que pudesse começar a apodrecer ou que quer que faria para me assustar, levantei-me e segui aos tropeços o caminho que Amanda havia feito pouco antes.
Entrei na casa ainda tonto, e vi algo que me assustou mais que ver a mulher instantes antes. Michael estava sentado no sofá, com a cara toda roxa e um rio de sangue escorrendo de seu nariz. Sua camisa estava cheia de cheddar misturado com um líquido avermelhado - vinho, provavelmente. Seus olhos estavam semicerrados e uns caras ao redor mijavam sobre ele. "Eu mandei vocês se beijarem, seu babacão. Dessa vez o Ownson não está aqui pra te salvar" disse o cara que reconheci na hora, Boile.
Chacoalhei a cabeça e pronto, não estava mais tonto. Parti pra cima do Bolie, dando-lhe o soco mais forte que consegui. Ele caiu na hora, e urrou de dor quando pôs a mão sobre o rosto e percebeu que o maxilar estava torto, provavelmente deslocado. Um cara me agarrou pelas costas e outro deu um soco em meu estômago. Me curvei de dor, então me levantei rápido o suficiente para acertar com a parte de trás da cabeça a cara do garoto que me segurava; ele colocou a mão sobre o rosto e pude ver de relance o sangue jorrando de seu nariz. O cara que me deu o soco se afastou, e eu estava tão irado que não medi a força com que parti pra cima dele. Soquei o cara tão forte que o sangue de seu rosto respingou em meu rosto e na parede próxima, e não parei até uns caras me agarrarem por trás e me afastarem do garoto desmaiado. Confesso que quando vi o que havia feito, senti um certo remorso. Então vi o Michael no sofá, e o agarrei pelo pulso que não estava mijado. Arrastei-o pelas escadas, e procurei um banheiro. Finalmente, no final do segundo corredor em que me enfiei, encontrei um quarto de casal desocupado, e neste encontrei uma  porta que levava ao banheiro. Enfiei Michael em baixo da ducha e liguei a água (quente dessa vez), deixando a urina, o sangue e o cheddar escorrerem pelo ralo. Tranquei a porta do quarto e voltei ao banheiro, onde Michael estava agora sentado no chão do box sem se mover, apenas encarando seus próprios machucados nas mãos.
A única coisa que pude dizer a ele foi "me desculpe", então sentei-me na tampa do vaso e comecei a fumar. "Está tudo bem..." ele disse depois de um longo tempo.
"Eu já devia ter imaginado..." emendou.
"O que aconteceu?" eu perguntei, observando o garoto que já estava um pouco mais limpo - mas ainda bem nojento.
"Eu estava dançando com a Cat, e parece que os caras não gostaram muito... Quando percebi, eles já estavam me socando; um outro cara agarrou um pote de queijo e arremessou em minha direção; eu nem reagi, pensei que seria melhor... mas eles continuaram, então me colocaram no sofá, derramaram uma garrafa de vinho em mim e então começaram a..." tudo bem, o que eu havia imaginado. O que me irrita nessa história toda é o fato de ele não reagir. Porque é que ele se deixou ser socado daquela forma? Eu sei que às vezes eu reajo até demais. Há uns dois anos eu era realmente revoltado e psicopata. Meu irmão e eu éramos o terror da vila onde morávamos, e fumávamos todo tipo de droga que dá pra imaginar. Ainda bem que parei, se eu pudesse, jamais começaria com as drogas, nem com o cigarro. Mas esse é um vício que preciso me esforçar mais para largar.
"Por que você não reagiu?" perguntei ao abrir a janela, porque o banheiro já estava ficando todo abafado.
"Pensei que eles pegariam mais leve se eu não reagisse..."
"Michael, você não pode deixar que esses caras façam o que quiserem com você. Na noite do banheiro, nós estávamos em maior número, se quiséssemos poderíamos acabar com eles. Mas vocês baixaram a cabeça e deixaram que eles brincassem como se fossem malditas bonecas!" eu disse. Ele continuou olhando para baixo, humilhado. Aquilo era o suficiente. Joguei o cigarro na pia e fui ajudar o Michael. Tirei aquela roupa fedida e a joguei no lixeiro; peguei os sabonetes importados e tudo o que estava à mão e joguei sobre ele, então o ajudei a se lavar. Por fim, ele estava novo em folha. Roubei umas roupas que deviam ser do Jack e dei para o Michael se vestir. Eu mesmo tomei um banho, e deixei minhas roupas molhadas de dar banho no Michael ali no banheiro; peguei uma camisa do Jack e uma calça jeans que serviu perfeitamente, então saímos para a festa.
Foi então que vi a Amanda e a Catarina paradas na janela do corredor, enquanto conversavam em sussurros. As duas olharam para nós, e senti Michael se encolher atrás de mim. Catarina veio correndo em minha direção, mas me empurrou para o lado e abraçou Michael.
"Está tudo bem, Mike?" ela perguntou, nervosa. Confesso que me surpreendi com sua reação; talvez ela não fosse como eu pensava...
"Olha, desculpa por antes..." eu disse à Amanda, que ficou parada na janela, observando-nos meio tristonha.
"Tudo bem, acho que eu é que te devo desculpas..." é, deve sim.
"É claro que não... mas está tudo bem agora, certo?" Eu disse sorrindo e me aproximando dela. Ela sorriu e afirmou com a cabeça. Nos minutos seguintes, estávamos todos sentados no chão de um dos quartos da casa que possuía duas camas de solteiro (provavelmente o quarto dos irmãos do Jack), contando histórias engraçadas e rindo à beça. Descobrimos, pelas garotas, que metade dos caras que batem nos calouros têm, na realidade, toda aquela quantia de músculos para compensar o tamanho do dito-cujo - que normalmente é bem pequeno. Elas juram que não viram pessoalmente, mas que amigas de amigas comentam. Será que acredito? Também descobrimos que Catarina têm quatro irmãos, e que já fugiu de casa oito vezes para procurar o portal do mundo da magia. Diz que já viu Harry Potter algumas vezes em seus sonhos, e que ele a chama para juntar-se à ele. Ok, isso é meio estranho, mas não posso julgá-la já que eu mesmo fiz, quando criança, uma caçada para descobrir algum portal que me levasse para Hogwarts. Amanda tem três irmãs, e a família, ao que parece, é meio pirada. Mas é uma família que se ama muito, e ela e as irmãs já se meteram em altas aventuras como quando decidiram montar uma tirolesa da casa da árvore até uma arvorezinha de pitanga perto da casa. O problema é que quando as quatro foram descer (juntas) a tirolesa arrebentou e duas das irmãs quebraram os braços, incluindo Amanda. Também tiveram que mudar de quarto depois de uma competição de peido, já que este havia acabado de ser pintado e o cheiro se instaurou de tal forma que até hoje passamos mal ao entrar no cômodo. Ok, acho que gosto dela.
"Nunca conhecemos pessoas como vocês..." comentou Catarina "... que nos fazem rir de verdade, e não ficam apenas contando vantagem." É, e nem eu pessoas como vocês.
"Ah é, isso é verdade. A maioria dos caras acham que gostamos quando contam como são ricos ou corajosos e inteligentes. Para falar a verdade, é um saco." emendou Amanda.
"Tipo você David, acabou com os caras lá em baixo, é, nós vimos, e tem um carrão, mas não fica se gabando por isso nem um pouco..." disse novamente Catarina.
"Aquele carro não é meu, é do Mike aqui." eu disse antes que pudesse me lembrar que Michael me pediu para não contar que o carro era dele. Merda. "Uh... Desculpe Mike..."
"Não tem problema... Eu não queria que os veteranos soubessem que meu pai tem dinheiro, porque achava que eles passariam a cobrar uma mesada. Isso acontece bastante, sabe... Mas eu escutei o que você me disse antes, e não vou deixar que isso aconteça." disse Michael, o que me deixou feliz, e aparentemente deixou Catarina feliz também já que ela pegou o rosto do Mike delicadamente, virou-o para si e o beijou. Desviei o olhar, envergonhado como se tivesse visto algo intimo de alguém que eu não poderia ver. Amanda pareceu não ter visto o beijo, já que estava olhando para a lua através da janela. Um pensamento passou pela minha cabeça, e um leve frio na barriga se instaurou. Me aproximei, e sentei ao seu lado. Passei os braços ao redor dela e ficamos conversando por mais de uma hora. Então eu a beijei, não iria perder aquela oportunidade. Agora, essa parte é estranha.
Acontece que nós quatro estávamos bebendo também, e já estávamos mais pra lá do que pra cá. Eu e a Amanda fomos para uma cama, enquanto Mike e Cat foram para outra. A música já havia acabado havia um bom tempo, e podíamos ouvir uns aos outros. Então, querido diário, devo dizer que passei a noite mais estranha e mais gostosa da minha vida.
Ouvi quando o Mike deu um gemidão e até agora tento descobrir o porquê, seguido por um risinho malicioso da Cat. Ouvi quando as roupas deles foram jogadas no chão e quando as respirações ficaram mais aceleradas.
Quanto a nós, fomos menos selvagens que os da cama ao lado. Acho que não quero entrar em detalhes, só que nunca coloquei uma camisinha tão rápido e que acordei essa manhã com a Amanda dormindo sobre meu peito, pelada. Havia uns hematomas nas costas e nas coxas dela. Talvez nós tenhamos sido um pouco selvagens. Me senti culpado, mas depois ela disse que já tinha aqueles hematomas, contudo eu não lembro de tê-los visto na noite anterior.
Essa festa vai entrar para a história.

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