20/05

Passei o dia todo no hospital ontem, e recebi visitas de meus pais e do Mike. Fui bombardeado de perguntas sobre o espírito e contei toda a verdade pro Mike. Ele reagiu bem; ficou animado com tudo isso e contou que passou o resto da noite de ontem e a manhã de hoje esfregando o tapete da sala onde havia meu sangue. Já para meus pais, disse que encontrei uma caixa de madeira fechada no parque durante um passeio e a levei para casa. Disse então que ouvi um tic tac e que quando me aproximei, a caixa explodiu. Eles disseram que falariam com o presidente pois o filho deles havia sido alvo de terroristas terrivelmente perigosos. Amanda tinha aula, mas me ligou umas cinquenta vezes e em nenhum momento me perguntou  o que acontecera. Anna também me ligou, e me senti meio mal. Não, me senti mal. Não contei que estou no hospital e estou pensando seriamente em como terminar essa relação. Eu gosto da Anna, mas gosto muito mais da Amanda, e não posso ficar com as duas. Eu jamais faria isso. Recebi ontem também a visita do médico que me cuidou, um tal de Dr. Parker. Um homem velhinho e sorridente, que disse preferir a versão da bomba no parque do que a do espírito. Por mim, tudo bem. Avaliação final: um corte de doze ponto no  braço direito, um de seis no braço esquerdo, dois cortes na perna esquerda, um de oito pontos e outro de quatro, e um de seis na perna direita. Nenhuma artéria atingida, por sorte.

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